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Reunidas na II Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, que aconteceu este mês em Brasília, 19 delegadas com deficiência criaram um grupo para reivindicar seus direitos e políticas públicas que as contemplem. O Coletivo Nacional de Mulheres com Deficiência inicialmente vai funcionar como uma lista de discussão na internet, mas já apresentou a primeira moção na Conferência: um assento destinado às mulheres com deficiência no Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM). As mulheres também solicitaram que o CNDM encaminhe uma recomendação para que os conselhos estaduais e municipais façam o mesmo.
Vindas de todas as regiões do Brasil, as delegadas, com diferentes tipos de deficiência, mais do que dobraram a participação em relação à I Conferência há dois anos, que contou apenas com 9 representantes do segmento. Apesar de ainda representarem um número pequeno – menos de 1% das 2800 participantes no evento, elas se comprometeram a se empenhar para ocupar mais espaços. A discussão central da Conferência foi sobre a participação das mulheres na política e nas estruturas de poder.
Sobre a acessibilidade na Conferência, as delegadas reconheceram que foi feito um esforço da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, da Presidência da República, responsável pela organização para recebê-las. Intérpretes de Libras acompanharam as delegadas surdas e o local do encontro – o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, tinha rampas e banheiros adaptados. As delegadas notaram, no entanto, que apenas o material inicial foi distribuído em formato acessível, o que não aconteceu com panfletos e outras publicações distribuídas durante a Conferência.
Quitéria, que tem deficiência mental, veio como representante da Associação de Empregadas Domésticas de Sergipe defender o direito do acesso das domésticas à Previdência Social em igualdade de condições com os demais trabalhadores.
Luiza Câmera, da Bahia, usuária de cadeira de rodas, reclamou do comportamento de várias delegadas durante a Conferência, que tendem a infantilizar as mulheres com deficiência: “Elas falam comigo no diminutivo- tá com friozinho, já comeu o lanchinho... Eu exijo respeito !”, reclamou. Autora de dois livros, membro do Conselho Estadual de Saúde da Bahia, e Presidente da ABADEF, Associação Baiana de Deficientes Físicos, Luiza defendeu na Conferência que o recorte de deficiência fosse contemplado em todos os pontos do Programa Nacional para Mulheres, discutido durante o encontro.
As delegadas trocaram contatos e formaram o fórum de discussão Coletivo Nacional de Mulheres com Deficiência, para organizar melhor sua participação nas próximas conferências e nos conselhos. Também propuseram à Secretaria de Políticas das Mulheres com Deficiência que realize o I Seminário de Mulheres com Deficiência.
Para entrar para o Coletivo Nacional de Mulheres com Deficiência, basta acessar o link abaixo e clicar em Entrar nesse grupo:
http://br.groups.yahoo.com/group/coletivonacionalmulherescomdeficiencia/
Ou escrever uma mensagem para:
coletivonacionalmulherescomdeficiencia-subscribe@yahoogrupos.com.br