quarta-feira, 21 de maio de 2008

Deficiência


Por Bianca Furtado



A diferença é um ponto comum a todo ser humano. Naturalmente, em maior ou menor escala, características individuais podem gerar dificuldades em nossas vidas. Os portadores de deficiências menores, como asma e diabetes, devem fazer tratamentos específicos orientados por médicos. Assim como as pessoas com deficiências mais complexas exigem cuidados. Cabe ressaltar aqui que o termo deficiência é genérico, englobando toda e qualquer deficiência, seja ela física ou motora, mental ou intelectual, sensorial ou múltipla. Como observou a jornalista Claudia Werneck, cada pessoa é um pacote indivisível de talentos e de limitações combinados em proporções variáveis em função das oportunidades que a vida traz desde a concepção. Jovens, adultos e idosos são mais ou menos talentosos, ou limitados, dependendo dos recursos que o meio ambiente oferece.

Considera-se "pessoa com necessidade especial" aquela que apresenta, em caráter permanente, perda ou redução de sua estrutura ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental. A expressão “pessoas especiais” surgiu como forma reduzida da expressão acima. Em maio de 2002, Frei Betto escreveu um artigo em que propõe o termo "portadores de direitos especiais" e a sigla PODE. A alusão a pessoas que “portam” (ou levam) uma deficiência causou questionamentos, da mesma forma que o termo “direitos especiais” foi tomado como contraditório, pois pessoas com deficiência exigem equiparação de direitos.

Mundialmente, a questão já foi definida por quem mais se interessa pelo assunto: pessoas com deficiência querem ser chamadas assim em todos os idiomas. Esclareceram que não são “portadoras de deficiência”. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população de todo país apresenta algum tipo de deficiência, ou seja,“diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente”.


Ser deficiente não impede a pessoa de fazer nada
É importante ressaltar que muitas deficiências podem ser evitadas por meio da prevenção de acidentes, vacinações e exames precoces. De acordo com o "Manual de Legislação em Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência", as principais causas das deficiências são os transtornos congênitos e perinatais, decorrentes da falta ou da assistência inadequada às mulheres; doenças transmissíveis e crônicas não-transmissíveis; perturbações psiquiátricas; abuso de álcool e de drogas; desnutrição; traumas e lesões, principalmente nos centros urbanos, onde são crescentes os índices de violências e de acidentes de trânsito.

O Brasil tem elevados índices de acidentes de trabalho e de violência urbana e estima-se que 10.000 pessoas por mês se tornam deficientes. Se levarmos em consideração que os deficientes têm pessoas próximas, como pais e parentes, o universo de envolvidos diretamente salta para 122,5 milhões de brasileiros. (Fontes: Organização Mundial da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Deficiente no Brasil
Segundo a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 610 milhões de pessoas com deficiência no mundo, das quais 386 milhões fazem parte da população economicamente ativa. No Brasil, segundo o Censo realizado em 2000, existem 34.5 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Isto significa que aproximadamente 15% da população brasileira apresenta alguma deficiência visual, motora, auditiva, mental ou física.

Dados do Censo Demográfico – 2000 - IBGE

Tipo de deficiência: Visual, Motora, Auditiva, Mental e Física

Total de deficiências:

Homem Visual:7.259.074 Motora:3.295.071 Auditiva:3.018.218 Mental:1.545.462 Fisica:861.196 Total de deficiência:15.979.021

Mulher Visual:9.385.768 Motora:4.644.713 Auditiva:2.716.881 Mental:1.299.474
Fisica: 554.864 Total de deficiências:18.601.700

O censo indica um número maior de deficiências do que de deficientes, uma vez que "as pessoas incluídas em mais de um tipo de deficiência foram contadas apenas uma vez", portanto o número de pessoas que apresentam mais de uma deficiência é de quase 10 milhões. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000

No total de casos:

8,3% possuem deficiência mental;
4,1% deficiência física;
22,9% deficiência motora;
48,1% visual (entre 16,5 milhões com deficiência visual, 159.824 são incapazes de enxergar) e
16,7% auditiva (entre 5,7 milhões com deficiência auditiva, 176.067 não ouvem).

Problemas e soluções
É importante estarmos preparados para oferecer oportunidades iguais e possibilidades de integração na sociedade. Os direitos das pessoas com deficiência são os mesmos, porém, para exercê-los é preciso que certas medidas especiais sejam adotadas.

Um exemplo é o direito de ir e vir de cadeirantes: o simples fato de andar nas ruas da cidade é cerceado por barreiras. São escadas, degraus, calçadas esburacadas, portas estreitas, falta de corrimões e pisos em desnível. Para resolver essa situação é necessário o uso de rampas, rebaixamento de meio-fios, adaptação de sanitários para comportarem cadeiras de rodas, entre outros.

Já as pessoas com deficiência visual precisam de livros em Braille e as com deficiência auditiva requerem de aparelhos de amplificação sonora, legendas e de intérprete da língua dos sinais para ter acesso à informação. Os alunos com deficiência mental necessitam, muitas vezes, de atendimento educacional diferenciado, disponibilizando suportes didáticos e utilizando situações concretas.

Conheça soluções para facilitar o dia-a-dia das pessoas com deficiência

• Dicas arquitetônicas
• Serviços de comunicação
• Serviços de transporte
• Cartões de estacionamento para pessoas com deficiência
• Cão-guia

A prática da inclusão social vem aos poucos substituindo a da integração social. Parte do princípio de que, a fim de inserir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada de modo a atender às necessidades de todos os seus membros: uma sociedade inclusiva não admite preconceitos, discriminações, barreiras sociais, culturais e pessoais. Neste sentido, a inclusão social das pessoas com deficiência significa possibilitar a elas, respeitando as necessidades próprias da sua condição, o acesso aos serviços públicos, aos bens culturais e aos produtos decorrentes do avanço social, político, econômico e tecnológico da sociedade.

Leia mais sobre o assunto:
Inclusão, você deve conhecer o termo e utilizá-lo melhor

O artigo "Deficiência transformada em Eficiência"

A "Cartilha para pessoas com Lesão Medular”

O artigo "Você não está sozinho: informações confiáveis sobre Síndrome de Down na Internet"
Fonte: Portal do Voluntário

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