quinta-feira, 2 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO CONDUTIVA

O sistema de Educação Condutiva teve como seu fundador e precursor o médico-pedagogo András Pëto, que na década de 40 para 50 iniciou um revolucionário programa educacional dedicado para crianças com Paralisia Cerebral, em Budapeste, Hungria.

Este homem que tinha em sua própria história familiar a presença de uma doença de origem neurológica, seu pai tinha Parkinson, e acreditando no desejo de aprender de crianças com Paralisia Cerebral, iniciou um sistema educacional, criando em 1950 o National Motor Therapy Institute, em Budapeste.

A mais importante descoberta deste "educador", que nos primórdios dos anos 40, já se encontrava insatisfeito com as práticas tradicionais aplicadas às pessoas com lesões cerebrais, foi de que "tanto a criança como o adulto são capazes de APRENDER e QUEREM APRENDER apesar de seu sistema nervoso poder estar severamente lesado, no sentido anatômico, como no caso das Paralisias Cerebrais" (1).

Segundo as pesquisas que o Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade vem realizando desde 1996, poderemos definir este 'sistema' educacional, chamado de CONDUTIVO, como um 'processo singular de aprendizado e educação que tem a intenção e objetivo de tornar, tanto crianças como adultos com dEficiências, mais independentes, sendo eles não apenas objetos de uma intervenção educativa, mas ativos participantes de seu processo de aquisição da aprendizagem'.

Cabe ressaltar que não é tratamento, terapia ou exercícios, muito embora intervenha também no campo da reabilitação e habilitação de pessoas com dEficiências. Por isso é um sistema que está em utilização , a nível mundial, para pessoas com quadros de Paralisia Cerebral, Parkinson, Esclerose Múltipla, assim como pessoas que sofreram traumas ou lesões cerebrais.

Um dos seus princípios fundamentais é o 'desenvolvimento da personalidade orto-funcional', que seria um processo de aprendizagem da capacidade de resolver e 'aprender a aprender' soluções para os problemas da vida cotidiana, desde o vestir-se, alimentar-se, cuidar da própria higiene até o 'viver independentemente'. As crianças, em especial, que apresentam Distúrbios de Eficiência Física devem ser vistas como capazes de realizar tais tarefas, se tornarem ativos participantes do meio ambiente que as cerca.

Há portanto um trabalho a ser desenvolvido, que envolve a criança, um grupo, seus familiares e um 'CONDUTOR' (um profissional treinado para exercer a ação de educar pelos princípios práticos e teóricos do sistema Petö ou Educação Condutiva), que visa atuar para que os movimentos específicos e a estrutura da rotina física diária sejam programados (programa complexo) a fim de envolver seus participantes num processo dinâmico, e não apenas numa rotina ou uma série de exercícios, que ajuda a desenvolver a musculatura, a postura, o desenvolvimento físico em concomitância com uma melhora do processo de aprendizagem cognitiva, através da 'intenção rítmica' que impregnará a fala, a música, o texto, as lições escolares, as brincadeiras e as interações grupais.

O sistema utiliza uma série de aparelhos e móveis (assim como brinquedos e utensílios simples) que obedecem ao modelos primordiais criados pelo Dr. Petö, que visam a facilitação como ferramentas de aprendizagem, assim como a realização dos objetivos propostos a um determinado grupo de crianças ou adultos.

Este sistema já foi e é empregado em diversos países do mundo, como a Inglaterra, Estados Unidos, Austrália, Japão, Escócia, Israel, França. Em nosso país foi introduzido pela equipe do GRHAU (Grupo de Reabilitação e Habilitação Unificado), que a partir de 1990 vem aprimorando sua aplicação, tornando-se o polo difusor e autorizado para a sua adaptação ao nosso país. Nossa entidade tem se destacado na distribuição de conhecimentos e material impresso sobre este sistema, tendo como objetivo a criação de uma Escola na cidade do Rio de Janeiro, onde estamos realizando cursos e palestras sobre o tema desde de 1996.



Breve Histórico do Sistema de Educação Condutiva

1939 - O Dr. András Petö (1893-1967) , médico e jornalista retorna à Hungria

1945 - Dr. Petö inicia a aplicação e o ensinamento de terapia motora num departamento estabelecido com este propósito no Barczi Gusztáv Special Needs Education College.

1950 - O The State Mobility Therapy Institute (Villányi út 67, Budapeste) é inaugurado com o Dr. Petö como diretor.

1950-1963 - O Dr. Petö recruta aliados, com a cooperação voluntária de outros profissionais, primeiramente educadores, iniciando a primeira geração de "condutores ".

1965 - Uma fisioterapeuta, Ester Coton, que trabalha na SCOPE (ex- Spastic Society of London), fez a sua primeira visita ao Instituto em Budapeste. Ela passará a ser a introdutora de elementos do sistema em algumas escolas da Inglaterra.

1967 - O Dr. Petö falece, deixando vários seguidores importantes, entre eles a Dra. Maria Hári, que passa a ser a primeira diretora do Instituto

1970 - Chegam à Budapeste os primeiros portadores de disfunções neuro-motoras de outros países e estudantes para o Colégio de Condutores (Centro oficial de formação destes profissionais), oriundos do Japão. É criada a rede nacional húngara de E.C.

1983 - Cresce vertiginosamente o número de candidatos a Condutores.

1985 - O Petö András Institute for Conductive Education of the Motor Disabled and Conductor's College, abre seu novo instituto, com o endereço: Kútvölgyi út 6, Budapeste, Hungria.

1987 - A rede mundial de E. C. é fundada. A Inglaterra funda o The National Institute for Conductive Education, que se tornará depois o "Birmingham Institute for Conductive Education".

1988 - O treinamento para condutores é iniciado em cooperação com outros centros de treinamento de professores. É fundado o Conductor-Teacher Training College (spiritus rector: Kozma, I.)

1989 - Foi estabelecida a Fundação Internacional Petö András para Educação Condutiva ( International Petö András Foundation for Conductive Education )

1990 - Realizado o primeiro Congresso Mundial em Educação Condutiva, organizado pelo Instituto e pela Fundação. Iniciado o processo de aplicação do sistema no Brasil, através do GRHAU, liderado por Vera Lúcia Bailão Marujo e Janice De Nardi, em São Paulo, SP.

1993 - A professora Ildikó Kozma é escolhida para ser diretora-geral do Instituto.

1995/96 - Primeiros contatos por correio comum do Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade com o Instituto em Budapeste. Realizada a I Oficina de Educação Condutiva de Ribeirão Preto, com 15 crianças com Paralisia Cerebral, promovida pelo CEBRIJ.

1996 - Realizado o I Encontro Rio-São Paulo de Educação Condutiva, promovido pelo DefNet, no Rio de Janeiro, RJ.

1996 - Publicação de nosso Boletim InfoAtivo nº 4 Ano 1, com matéria sobre Educação Condutiva e sugestões de contato e indicações para pesquisa.

1997 - Realizado o I Curso de Introdução ao Sistema de Educação Condutiva, sob orientação do GRHAU, promovido pelo DefNet, no Rio de Janeiro, RJ.

1998 - Lançado o livro: "A meio caminho da integralidade - a assistência à saúde de crianças com paralisia cerebral em Ribeirão Preto", de Maria do Carmo G. Caccia Bava e Maria Cecília Puntel de Almeida, CEBRIJ/Escrituras, São Paulo, SP.

Fonte: http://www.defnet.org.br

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