domingo, 1 de agosto de 2010

Deficiência múltipla

Definição e informações sobre surdocegueira

As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo seriam as pessoas que têm deficiência mental e física. A múltipla deficiência é uma situação grave e, felizmente, sua presença na população geral é menor, em termos numéricos. Talvez os Telecentros raramente (ou nunca) recebam pessoas com múltipla deficiência, mas consideramos importante trazer informações sobre esta possibilidade.

Tradicionalmente, os profissionais especializados e os familiares de pessoas com múltipla deficiência focalizavam sua atenção no que estas pessoas não podiam fazer, em suas desvantagens e dificuldades. Atualmente temos uma postura diferente: preocupamo-nos em descobrir quais são as possibilidades que a criança apresenta e quais são as suas necessidades, em vez de destacar suas dificuldades. Assim, temos descoberto formas e métodos para atendê-la.

É importante que a família seja orientada a manter um contato com essa criança por meio dos sentidos que não foram lesados, para estimular o resíduo auditivo e, principalmente, o resíduo visual, se houver. Por exemplo: a família do bebê surdocego deve passar informações a ele por meio de toques afetivos; ele deve sentir que é amado e perceber a presença do adulto através de brincadeiras.

As instituições que recebem os casos de múltipla deficiência costumam atender principalmente casos de surdocegueira, que combinam as deficiências auditiva e visual. A pessoa que tem surdocegueira não pode ser comparada com um surdo nem com um cego, pois a pessoa com cegueira e a pessoa surda utilizam seus sentidos de forma complementar: a pessoa com deficiência visual trabalha mais sua audição e a pessoa surda conta mais com sua visão, No caso da surdocegueira, esta complementação não acontece - é uma outra deficiência. É por esta razão que escrevemos esta deficiência com uma só palavra, "surdocegueira".

O grupo mais numeroso de surdocegos é composto por pessoas com 65 anos ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. As causas da surdocegueira podem ser:


•acidentes graves;


•síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome de origem genética incluem a surdez, que se manifesta logo no início da vida e a perda visual que ocorre, geralmente, mais tarde);


•surdocegueira congênita, resultante de doenças como a rubéola ou de nascimentos prematuros.

É difícil imaginar como uma pessoa surdocega se comunica, mas isso é possível. Os surdocegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas.

A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos surdos, pode ser adaptada aos surdocegos, utilizando-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, a pessoa com surdocegueira pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito. Esse método de comunicação é chamado de Tadoma.

Também é possível para o surdocego escrever na mão de seu intérprete, utilizando o alfabeto manual dos surdos, soletrando as palavras ou ele pode redigir suas mensagens em sistema braile, que é um alfabeto composto por pontos em relevo criado para a comunicação dos portadores de deficiência visual.

Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações.

Há casos de crianças surdocegas brasileiras que desenvolvem condições de serem educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e usando o braile para o conhecimento da leitura e escrita. Mas, para que isso aconteça é necessário que a intervenção seja precoce, ou seja, quando a criança for bem pequena. Cada surdocego adulto tem o direito de decidir qual vai ser sua forma de comunicação, para que participe das atividades em casa, no trabalho e no lazer.

Carlos Roberto, surdocego que mora no Estado de São Paulo, Brasil, diz: "...descobri outro sentido, com o tato consigo ver o mundo". Ele se desenvolveu tão bem comunicando-se em LIBRAS que está sempre rodeado de amigos, conversando e contando piadas e está aprendendo atualmente o braile.

Orientações para a convivência com os surdocegos

Conheça as melhores formas de se comunicar

•Ao aproximar-se de um surdocego, deixe que ele perceba sua presença com um toque. Combine um sinal para que ele o identifique da próxima vez que se encontrarem;


•Aprenda e use o método de comunicação que ele souber, mesmo que seja elementar, bem simples;


•Tenha a certeza de que o surdocego o está percebendo quando tentar se comunicar. Lembre-se que você não pode se comunicar à distância;


•Encoraje-o a usar a fala se ele conseguir, mesmo que ele saiba apenas algumas palavras;


•Se outras pessoas estiverem presentes, avise-o quando for o momento apropriado para ele falar;


•Avise-o sempre do que o rodeia;


•Informe-o quando sair, mesmo que seja por pouco tempo;


•Assegure-se que ele está confortável e em segurança. Se ele precisar de algo para se apoiar durante a sua ausência, coloque a mão dele no que servirá de apoio. Nunca o deixe sozinho num ambiente que não lhe seja familiar;


•Mantenha-se próximo dele para que ele perceba a sua presença;


•Ao andar deixe-o apoiar-se no seu braço, nunca o empurre ou puxe-o pelo braço;


•Utilize sinais simples para o avisar da presença de escadas, uma porta ou um carro;


•Um surdocego que esteja apoiado no seu braço perceberá qualquer mudança no seu andar;


•Escreva devagar na palma da mão do surdocego, utilizando as letras de forma do alfabeto manual.

Fonte: tele-centros.org

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